
O dia nasceu cinzento, cresceu cinzento e despediu-se cinzento, sem grandes emoções, confinado, escondido, sem direito a qualquer brilho.
A borboleta estava ainda presa à memória de outro dia, acabada de sair da pupa, colorida, contrastada em fundo negro, quase a levantar voo.
As cores da sua liberdade, depois da clausura forçada pela Natureza, estavam pinceladas a amarelo, azul e vermelho com um nome pregado: Papilio machaon.
Não era dia de chegada ou partida de andorinhas, o Outono seguia sisudo, sem sorrisos, mas a opção pela Borboleta-cauda-de-andorinha parecia óbvia.
Foto: Luís B Curado (iPhone)